Muitos motoristas optam por fazer modificações no automóvel, seja para ampliar o número de acessórios ou para aumentar a sua capacidade de carga. Essas alterações podem ser realizadas em diversos componentes do veículo, incluindo o motor, carroceria, suspensão, interior e sistemas eletrônicos.

 

É importante destacar que as leis e regulamentos referentes à alteração de características veiculares variam de acordo com o país e, em alguns casos, até mesmo entre estados ou províncias. Essas leis são estabelecidas para garantir a segurança nas estradas, minimizar o impacto ambiental e evitar fraudes.

 

Algumas das alterações de características veiculares mais comuns incluem:

 

1. Modificações na suspensão: Ajustes ou substituição de molas, amortecedores, barras estabilizadoras e outros componentes para melhorar a dirigibilidade, estabilidade e desempenho em curvas.

 

2. Alterações na carroceria: Em alguns casos, a carroceria pode ser estendida ou encurtada para acomodar mais passageiros, aumentar o espaço de carga ou criar uma configuração personalizada.

 

3. Alterações de desempenho do motor: Isso pode envolver modificações no sistema de admissão de ar, escapamento, chip de controle do motor (reprogramação da ECU), turbocompressores ou supercompressores, para aumentar a potência e o torque do veículo.

 

4. Troca de rodas e pneus: A instalação de rodas de diferentes tamanhos, materiais e designs pode afetar o comportamento do veículo e sua aparência.

 

5. Personalização estética: Mudanças na pintura, adição de adesivos, envelopamento, instalação de body kits, saias laterais, spoilers e outros acessórios para dar uma aparência única ao veículo.

 

6. Melhorias no interior: Substituição dos bancos, volante, sistema de som, e inclusão de tecnologias como sistemas de entretenimento e navegação.

 

7. Alterações em sistemas eletrônicos: Adição de alarmes de segurança, câmeras de ré, luzes LED personalizadas e outras modificações elétricas.

 

8. Conversões para uso específico: Em alguns casos, os veículos são modificados para atender a necessidades especiais, como conversão para veículos adaptados a pessoas com deficiência, veículos utilitários, etc.

 

O que diz o Detran

 

Pessoas interessadas em alterar as características de fábrica de veículos, como combustível, blindagem, troca de carrocerias, acessibilidade e aumento de potência devem solicitar previamente ao Detran Estadual e realizar obrigatoriamente a inspeção junto a um órgão credenciado pelo Inmetro para poder circular pelas vias públicas com o documento regularizado, evitando multas e apreensões.

 

O Artigo 98 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) diz que nenhum proprietário ou responsável poderá, sem prévia autorização da autoridade competente, fazer ou ordenar que sejam feitas no veículo modificações de suas características de fábrica. 

 

Conduzir veículo com a característica alterada pode comprometer a segurança no trânsito e, por isso, é considerada pelo CTB uma infração grave, sujeita à multa de R$ 127,69 e retenção do veículo para regularização.

 

Cuidado na adaptação da carroceria do veículo

 

A alteração da carroceria de um veículo pode ter consequências significativas para a suspensão. Isso ocorre porque a suspensão é projetada para trabalhar em conjunto com a altura e o peso original do veículo, e qualquer mudança na carroceria pode afetar o equilíbrio e a geometria do sistema de suspensão.

 

Desgaste prematuro de componentes: Mudanças significativas na altura da carroceria podem levar a um desgaste acelerado de vários componentes da suspensão, como buchas, braços de suspensão, barras estabilizadoras e outras peças, resultando em custos de manutenção mais altos ao longo do tempo.

 

Como calcular a carga em carrocerias de madeira

 

A carga que cada veículo pode receber está determinada em seu projeto original. Esta marcação está no manual do proprietário e também em plaquetas de identificação em alguns automóveis, principalmente os de transporte de cargas. 

 

O que deve receber grande atenção é quando este utilitário/picape é desenvolvido em carroceria de madeira, para facilitar ou até mesmo se adequar aos trabalhos e transportes para o qual foi adquirido.

 

Um importante detalhe está na mudança de peso que o veículo pode carregar com segurança. Por exemplo: uma picape tem em seu manual uma indicação de 1.134 kg de capacidade de carga, mas utiliza uma carroceria de madeira de 500 kg. Portanto, pode utilizar 634 kg de capacidade de carga, que é a subtração de 500 kg do peso da carroceria de madeira do valor total permitido de 1.134 kg. 

 

A utilização de maior peso do que a capacidade de carga permitida vai afetar diretamente na durabilidade dos componentes de suspensão e direção, dos pneus e, ainda, na segurança da picape. 

 

Se pararmos para analisar, a própria carroceria de madeira já atinge quase metade da carga permitida do veículo. Então, mesmo livre de carga, sobrará pouca capacidade volumétrica para ser utilizada.


 

Por isso, o indicado é nunca ultrapassar o limite de carga indicado para esses veículos. Ao ultrapassar o limite, a suspensão trabalha com condições máximas de amplitude, fazendo com que alcance o batente no próprio pivô de suspensão, ocasionando a folga prematura.

 

Até a próxima!

Abraços do Professor Scopino.